terça-feira, 1 de maio de 2007

Leva-me contigo...

"Olho para tudo e tudo me faz chorar
Deixas-me mudo já não posso mais falar
Sei que estás confusa mas isso é normal
Para mim és uma musa, alguém muito especial
Já não te vejo há um dia para mim pareceu-me um mês
Já te disse o que sentia agora é a tua vez
Deixa-me voar quero sair daqui
Quero estar no teu lugar queria-te ter só a ti
Em ti estou seguro daqui não vou sair
Nem que atravesse o muro com o risco de cair
Não me largues mais eu não te quero perder
Tens de voltar ao cais que eu sem ti não sei viver
Já senti a plenitude não importa o que tinha feito
Eras a minha virtude nunca foste o meu defeito
Digo-te o que sinto não pareces entender
É verdade eu não minto tenho mesmo que te ver

Leva-me contigo na palma da tua mão
Que eu já não consigo pisar mais este chão
Leva-me para longe que eu não consigo andar
Quero estar contigo teu mundo é meu lugar
Acabaram-se as palavras que saíam de ti
Estivesses onde estavas eu sentia-te em mim
Abraça-me uma vez e outra a seguir
Abraços já são três já te estou a sentir

Não te quero enganar sentia-me tão bem
Quero-te olhar eu sem ti não sou ninguém
Podes prender-me em ti podes voltar a gostar
Diz-me o que é que fiz que eu tento mudar
Não suporto ver-te assim tu sentes-te culpada
Ponho a culpa em mim acho que foste pressionada
Tenta perceber não te sintas mal
Tenho que dizer que tudo em ti é especial
Uma pagina rasgada e arrancada pelo vento
Não penso em mais nada não me sais do pensamento
Estás em todo o lado nas paredes e no mar
Não quero ficar parado não te quero largar
Passa a noite e o dia sem que os sinta a passar
Tudo o que eu queria era o tempo a parar
Ficava sozinho talvez a pensar demais
Mas talvez é um caminho para atingir meus ideais

Leva-me contigo na palma da tua mão
Que eu ja não consigo pisar mais este chão
Leva-me para longe que eu não consigo andar
Quero estar contigo o teu mundo é meu lugar
Acabaram-se as palavras que saíam de ti
Estivesses onde estavas eu sentia-te em mim
Abraça-me uma vez e outra a seguir
Abraços já são três já te estou a sentir."

Duarte Rosado

quarta-feira, 18 de abril de 2007

A espera...


Quantas vezes não nos encontramos absorvidos na constante ânsia de alcançar um objectivo ou na espera de um momento??? Ânsia que nos consome e que pára o tempo??? A verdade é que o tempo tem o valor que lhe damos e ele pode passar de inimigo a aliado... Quando esperamos, o importante é prestar atenção a essa espera... È ela que nos ensina a melhor forma de alcançar o que pretendemos... O objectivo, esse, pode ser melhor ou pior, dependendo apenas do caminho que seguimos durante a espera para o atingir e da forma como o percorremos...

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Porque Cantam os Pássaros de Manhã?

"Há muito, muito tempo - muito antes de eu ou vocês existirmos, e mesmo antes de haver diferença entre o dia e a noite - o Rei e a Rainha da Luz tiveram uma filha.
A menina era a mais bela das criaturas. Quando pela primeira vez abriu os olhos, eles brilharam tanto que iluminaram por completo o mundo. Onde quer que fosse, as pessoas ficavam muito contentes só de a ver. As plantas cresciam mal lhes tocava e os animais saíam das suas tocas só para a verem passar.
Numa caverna, não muito longe dali, vivi a Bruxa da Escuridão que também tinha um filho. Era um rapaz doente, que andava sempre pálido. Às vezes ficava tão fraquinho que tinha de ser tratado para conseguir recuperar forças.
Um dia, porém, a velha Bruxa da Escuridão trouxe o filho à corte e propôs casá-lo com a princesa. Ao saber que o Rei e a Rainha recusavam tal ideia, a Bruxa encheu-se de raiva e, nessa mesma noite, ela e o filho entraram às escondidas no Palácio e raptaram a bela princesa.
Levaram-na então para uma escura caverna no outro lado das montanhas e fecharam-na à chave. E lá ficou ela durante muito tempo. Ela chorou, chorou, mas de nada lhe valeu, pois a Bruxa não a deixava sair sem que antes concordasse em casar com o seu filho.
Entretanto, os animais foram ter com o Rei e perguntaram:
- Onde está a tua filha? Quando ela está longe tudo fica escuro. As plantas não crescem e muitos de nós ficam sem nada para comer.
O Rei da Luz contou então aos animais o que se tinha passado e todos eles concordaram em ajudá-lo a procurar a sua filha.
Assim, os leões e os tigres foram procurá-la à selva; os coelhos e as toupeiras procuraram-na debaixo da terra; os peixes e as tartarugas no mar - mas ninguém conseguiu encontrar o menor rasto da Princesa.
Entretanto, os pássaros buscavam-na no ar e nas copas das árvores e a águia partiu, por sua vez, para sobrevoar as montanhas. Ela elevou-se no ar e subiu, subiu, até passar por cima dos altos cumes. E continuou a voar até atravessar as montanhas e chegar ao outro lado, a uma região onde nunca havia estado.
Por fim, cansada, teve de pousar sobre umas rochas. Não passara ainda muito tempo, quando ouviu uma bela voz que entoava uma melodia triste. Imediatamente reconheceu a voz da Princesa e chamou por ela. Mas a voz da águia não passava de um guincho rouco e a Princesa julgou que era a velha Bruxa que regressava e parou de cantar, ficando completamente em silêncio.
A águia ficou ali parada a pensar no que havia de fazer até que, subitamente, avistou uma mancha negra no céu: era o filho da Bruxa que vinha ver a Princesa, montado na vassoura da mãe. A águia escondeu-se e viu o filho da Bruxa a afastar para o lado a grande pedra que tapava a entrada da cavverna.
De imediato, uma grande luz veio da caverna, à medida que a Princesa saía cá para fora, iluminando tudo à dua volta. Ela, porém, trazia lágrimas nos olhos e estava rodeada por um arco-íris.
- Ah! - exclamou o filho da Bruxa - Estou farto de esperar!
E pegando na bela menina, atirou-a ao chão.
Nesse momento, a águia voou sobre eles, bicou ferozmente o filho da Bruxa e montou a Princesa nas suas costas. O filho da Bruxa pegou então na vassoura da mãe e começou a bater com ela na águia. Contudo, por acidente, atingiu a Princesa num dos lados da cabeça, com tanta força que a vassoura se partiu em duas. A Princesa, no entanto, segurou-se bem à águia e lá partiram elas céu afora.
A águia trouxe então a Princesa novamente para o lado de cá das montanhas e, à medida que passavam, iam iluminando os lugares que há tanto tempo estavam na escuridão.
Entretanto, o filho da Bruxa tinha pegado na vassoura e tinha ido atrás delas. Mas como a vassoura estava partida, ele nunca as conseguiu alcançar.
Contudo, a águia tinha de parar para descansar, mais uma vez. A águia pousou então, a Princesa saiu das suas costas e a águia disse-lhe para se esconder, prometendo acordá-la mal o filho da Bruxa tivesse passado.A Princesa escondeu-se assim numa caverna e o mundo mergulhou novamente na escuridão, enquanto o filho da Bruxa passava no céu.
Quando ele desapareceu, a águia tentou acordar a Princesa, mas como a pancada da vassoura a tornara um pouco surda e, ainda por cima, a águia tinha uma voz rouca, a Princesa não acordara. Deste modo, a águia pediu a alguns pardais que ajudassem e, todos juntos, fizeram o maior barulho que conseguiram. Mesmo assim, a Princesa não acordou e a águia acabou por ter de ir falar com todos os pássaros da vizinhança e pedir-lhes que fizessem todo o barulho que pudessem. Finalmente, a Princesa acabou por acordar e saiu da caberna, iluminando o mundo ao chegar cá fora.
- Depressa! - desse a águia - Sobe para as minhas costas. Precisamos de sair daqui antes que o filho da Bruxa passe outra vez montado na sua vassoura.
Deste modo, a Princesa subiu para as costas da águia, e lá foram elas, levando luz ao mundo por onde quer que passassem.
E assim continuaram até hoje, pois a Princesa e a águia transformaram-se no Sol, que continua a passar pelo céu, lá no alto.
O filho da Bruxa transformou-se, por sua vez, na Lua e no fim de cada dia, quando a águia tem de parar para descansar, a Princesa esconde-se enquanto o filho da Bruxa passa - Se olharem para a Lua, conseguem vê-lo, carregando às costas a vassoura da mãe.
A Princesa continua bonita como sempre, pois ela agora é o Sol. Mas também continua um pouco surda e é por essa razão que os pássaros cantam com tanta força, todas as manhãs, para a acordar."
Terry Jones

sábado, 31 de março de 2007

"Adivinha Quanto Gosto de Ti"


"A Pequena Lebre Castanha, que se ia deitar, agarrou-se bem agarrada às orelhas muito compridas da Grande Lebre Castanha. Quis ter a certeza que a Grande Lebre Castanha estava a ouvir.
-Adivinha quanto eu gosto de ti - disse ela.
- Ora bem, acho que não consigo adivinhar isso - disse a Grande Lebre Castanha.
- Gosto assim - disse a Pequena Lebre Castanha, esticando os braços o mais que podia.
A Grande Lebre Castanha tinha uns braços ainda maiores.
- Mas eu gosto de TI assim - disse ela.
«Humm, é muito», pensou a Pequena Lebre Castanha.
- Gosto de ti esta altura toda - disse a Pequena Lebre Castanha.
- E eu gosto de ti esta altura toda - disse a Grande Lebre Castanha.
«É mesmo alto», pensou a Pequena Lebre Castanha. «quem me dera ter uns braços assim.»
Então a Pequena Lebre Castanha teve um boa ideia. Fez o pino, encostada ao tronco muito esticadinha.
- Gosto de ti até à ponta dos pés! - disse ela.
- E eu gosto de ti até à ponta dos teus pés - disse a Grande Lebre Castanha, fazendo-a girar por cima da cabeça.
- Gosto de ti até onde eu consigo saltar! - riu-se a Pequena Lebre Castanha, dando pulos e mais pulos.
- Mas eu gosto de ti até onde eu consigo saltar - sorriu a Grande Lebre Castanha, e saltou tão alto que as orelhas tocaram no ramo da árvore.
«Isto é que é saltar» pensou a Pequena Lebre Castanha. «Quem me dera saltar assim.»
- Gosto de ti o caminho todo até ao rio - gritou a Pequena Lebre Castanha.
- E eu gosto de ti até depois do rio e dos montes - disse a grande Lebre Castanha.
«É mesmo longe», pensou a Pequena Lebre Castanha. Tinha tanto sono que já quase nem conseguia pensar. Então olhou para além das moitas, para a grande noite escura. Nada podia ser mais longe do que o céu.
- Gosto de ti até à LUA - disse ela, e fechou os olhos.
- Ora, se isso é longe - disse a Grande Lebre Castanha - É mesmo longe.
A Grande Lebre Castanha deitou a Pequena Lebre Castanha na caminha de folhas. Inclinou-se e deu-lhe um beijo de boas noites. Depois deitou-se muito pertinho e murmurou sorrindo:
- E eu gosto de ti até à Lua...E DE VOLTA ATÉ CÁ ABAIXO."
Sam McBratney

...acho que não são necessárias grandes palavras...o que se sente não se explica nem se mede, apenas se sente de forma incondicional...deixo esta história a uma pessoa muito especial pela qual guardo uma amizade infinita...Obrigada por estares sempre por perto lebre =)

quarta-feira, 28 de março de 2007

Na Luz do Crepúsculo


Crepúsculo é o instante em que o céu, próximo do horizonte, mostra a côr entre o azul do dia e o escuro da noite... Momento em que o Sol "ao nascer" ou "ao se pôr" se encontra logo abaixo da linha do horizonte marítimo...Instante que nos faz rever cada momento bem ou menos bem vivido ao longo do dia...